quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Não Houve Abuso da PM


Estas são as palavras conclusivas do prezado professor da Sanfran e também Secretário da (in)Segurança pública do Estado de São Paulo Alexandre de Moraes.

Acho que estas palavras servem como um grande mantra: "ommmnnn, não houve abuso", "ommmmnnn, não houve abuso"

Quem sabe se repetirmos seis mil seiscentos e sessenta e seis vezes estas palavras o cidadão preguiçoso, que chega cansado em casa e liga o seu aparelho lobotomizador... digo, o aparelho televisor irá entender que são vândalos destruindo as vidraças de bancos... digo, o patrimônio público do Estado e ofendendo a moral e os bons costumes que merecem apanhar mesmo da polícia. Bater uma selfie com a camisa da seleção, pode?

Ora, o próprio manual da PM condena a Panela de Hamburgo, prática de cercar grupos de pessoas gerando uma repressão violenta, e prescreve a saída dos manifestantes em situações que requerem o choque. Mas descumprir o manual é uma ação regular, está certo, não houve abuso (repita cem vezes).

Não vamos falar sobre os atos arbitrários nas comunidades periféricas, porque seria até hipócrita da minha parte mencionar abuso policial em plena luz do dia, contra jovens de classe média. Os maiores abusos da polícia ocorrem contra a população jovem e negra do Estado.

Em tempos de Estado Democrático de Direito, estas ações aparecem como anacronismos do nosso poder público. Manifestar-se frente a abusos é um dever cívico, 3 anos após 2013 e as contas dos subsídios e do valor absurdo de passagens continuam herméticos para o cidadão comum.

E a corporação fecha o dia pregando a "Obediência cega às leis", bem... somente as leis que interessam, porque esquecem de princípios fundamentais.


Isto é o que dá fazer protestos justificados e com pautas claras, se fosse a comemoração de um título de futebol ou protestar contra nada teríamos até passe livre no Metrô. Assim se propaga um governo eficiente que tanto se preocupa com a perpetuação no poder.



(foto retirada de: http://www.thebuddhacenter.org/buddhism/mantras/)


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